sábado, 8 de junho de 2013

A eleição de Fernando Collor de Melo

Fernando Collor de Mello.
Em 1989, quando ocorreu a primeira votação direta depois do regime militar, e dela resultou eleito Fernando Collor de Mello, com uma plataforma de combate à hiperinflação, moralização e caça aos corruptos, que ficaram popularmente conhecidos como "marajás", termo bradado à exaustão por Collor e seus apoiantes.

Fonte: http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/caras-pintadas/
Fonte da imagem: http://www.brasil.gov.br/linhadotempo/epocas/1990/governo-de-fernando-collor-de-mello







As falhas no governo


PC Farias.
O Plano Collor de contenção da inflação fora um desastre completo, causando pânico na povo, além de denúncias de corrupção que iam surgindo por todos os lados, com declarações contundentes vindas do próprio irmão do presidente, envolvendo pessoas ligadas diretamente ao presidente, em especial um personagem que ficou muito conhecido à época: Paulo César Farias, o PC Farias (na foto ao lado), tesoureiro da campanha eleitoral de Collor.


O apoio político e popular ao governo ia encolhendo a olhos vistos em 1992, até que então, o presidente resolve reagir e conclamar a população a sair às ruas e manifestar seu apoio ao governo e, em última instância, ao país, fazendo isso de modo extensivo, utilizando uma "camiseta ou qualquer peça de roupa nas cores do nosso país", como diria o presidente em infame discurso.
Collor em entrevista.

O movimento dos caras pintadas

Protesto dos caras pintadas.

 Influenciados por toda "mitologia" que estava se criando em torno dos protestos ocorridos na década de 60 os caras-pintadas saem às ruas, mas vestindo e pintando-se de preto, em um repúdio às palavras de Collor, parcialmente irônico, parcialmente politizado. A imprensa iria cunhar o termo caras-pintadas a tais jovens, tornando-os ícones do descontentamento popular contra o poder constituído, mas, que diferentemente do movimento politizado e militante do passado, os protestos de 20 anos depois assumia um tom de humor, ironia, anarquia e um posicionamento político não tão marcado, e por isso mesmo recebendo críticas como um movimento algo artificial de mímica dos históricos protestos da era militar.
Protesto dos caras pintadas.
Em 1992, milhares de pessoas, especialmente jovens estudantes, saíram pelas ruas do país em grandes passeatas, vestidos de preto e gritando: "Fora Collor".

A renuncia de Collor

Capa da revista Veja após a queda de Collor.
No final do ano de 1992, no dia 29 de dezembro, enfrentando a oposição de parlamentares do congresso e manifestações nas ruas cada vez com mais expressão, Fernando Collor de Mello renunciou ao seu cargo minutos antes de ser aprovado o impeachment, porque imaginava que, assim, iria manter seus direitos políticos, mas mesmo assim ficou afastado de cargos públicos por 8 anos e processado por corrupção.


Foi a primeira vez na história republicana do Brasil que um presidente, eleito por voto direto renunciou por vias democráticas, sem golpes ou meios ilegais.



Com a sua renuncia, assumiu o cargo seu vice, Itamar Franco.


Collor depois do impeachment




Collor chegando para votar nas eleições de 2010.
Mesmo depois do impeachment, Collor cumpriu 8 anos de punição, e pôde retornar à vida política. Ele tentou ser prefeito da capital do estado de São Paulo, mas não conseguiu. Em 2002, se candidatou ao cargo de governador de Alagoas, e mais uma vez, previsivelmente, não conseguiu se eleger.

Até que em 2006, resolveu se candidatar à governador de Alagoas, e surpreendentemente, foi eleito com 44% dos votos, assumindo o cargo em 2007. E em 2010, tentou se eleger governador de Alagoas novamente, mas não obteve êxito.